sexta-feira, 8 de julho de 2011

As aventuras dos cocos da Bahia

Bahia, terra de gente esperta que descansa antes mesmo de se cansar, sem pressa pra nada inclusive pra viver. Pois bem! Com os cocos dessa terra não poderia ser diferente, certo ? Errado. Ao contrário do povo os cocos da Bahia são seres diferentes, apesar de inanimados se observados de longe ou de perto sem muita atenção, os meus cocos de minha Bahia são surpreendentes. Explicarei.
Eu como habitante e fiel observadora desse mundo, com o qual não estou satisfeita devido ao comportamento de certos habitantes, resolvi criar meu próprio mundo em um lugar chamado ‘minha mente’, não ficou muito diferente desse aqui mas lá eu mando e desmando, crio e desfaço, refaço .. Não querendo me comparar a Deus ou de forma alguma me colocando em seu lugar, prefiro o definir como uma mera história em quadrinhos. Enfim! Sem mais delongas, vamos ao que interessa, às aventuras dos cocos da Bahia.
Enquanto ajustava certos detalhes em meu mundo, acabei dando uma rápida passada pela Bahia, mania de organização.. Quando de repente me deparo com 3 simpáticos cocos, perguntei o que faziam por ali ao invés de estarem acoplados ao seu coqueiro de origem esperando algum vendedor arrebatá-los para matar a sede de alguns praianos, e me surpreendi com tal resposta de um deles:
- Achamos injusto aquele bando coco colado naqueles tais corpos andando por aí, e resolvemos buscar nossos próprios corpos junto com nossa liberdade.

Estranho não? Também achei. Mas as principais perguntas que me fiz naquele momento foram: 1° Como pode três cocos que sabem até o que é liberdade acharem que podem virar um cabeça, encontrar um corpo e ainda por cima andar por aí ? 2° Onde pensam que vão encontrar os tais corpos ? 3° Como vão fazer isso ? e 4° Por que eu to perdendo meu tempo pensando em tudo isso ? Mas resolvi não questioná-los e apenas observar a jornada daqueles cocos sem que percebessem.
E de cara percebi que não era fácil pra eles rolarem pelas ruas, sempre havia algum coco ambulante querendo se aproveitar daqueles aventureiros. Mas não eram bobos, eles rolavam sempre bem devagar e por locais de pouco movimento. O que me intrigava era como eram tão certos dos caminhos que tomavam, tinha a impressão de que já tinham tudo em mente, arquitetado há muito tempo pra que conseguissem o que queriam. Passei dias e noites observando aqueles cocos e eles rolavam e rolavam sem parar. Até que um dia eles pararam em frente a uma loja de artesanatos, pareciam hipnotizados olhando pra porta da loja e eu de longe observando me perguntava inquietamente o que de tão deslumbrante havia naquela porta e se eu bem conhecia o meu mundo, ali não vendiam corpos e nem poções mágicas que transformassem cocos em cabeças, certo ? Errado. De repente os cocos rolaram rapidamente pra dentro da loja e eu mais que de pressa tirei do meu bolso o meu hiper, mega, ultra, power binóculo pra continuar minha observação. E era impossível não rir de mim mesma diante das cenas que presenciei. Ali dentro havia um simpático senhor de cabelos brancos, bigodes também brancos, barriga avantajada e óculos de grau redondos, que acolheu muito feliz aqueles três cocos para o tão esperado processo de transformação. O que na verdade não passava de um cuidadoso processo de artesanato que dava aos cocos um rosto feito por tintas especiais e um corpo feito de madeira também especial, dali eles iam para um banho de sol para que o rosto se tornasse permanente, então eram cuidadosamente acoplados em seus corpos de madeira e posicionados em fileiras dentro de uma cesta de palha. Logo percebi que a única sem noção da história era eu mesma ao pensar que os cocos virariam cabeças e possuíssem corpos de verdade. Mas ainda me perguntava onde ficava a parte da história em que eles andariam por aí com sua tão sonhada liberdade, quando de repente mais uma vez, vi os cocos sendo transferidos para a cesta que havia na garupa de uma bicicleta cuja um homem guiava pelas ruas e ao ver os cocos nitidamente sorrindo dentro da cesta, tive minha resposta. Mais tarde, perto de onde havia encontrado os cocos me deparei com vários cocos com rostos acoplados em corpos, desfilando felizes dentro de cestas em bicicletas de onde só saiam para serem trocados por notas com números. Então entendi de onde surgiu a ‘vontade’ dos cocos que havia conhecido.
Bem, depois disso tudo percebi que precisava prestar mais atenção nos detalhes que haviam no meu mundo .

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Poesia Matemática

Às folhas tantas
do livro matemático
um Quociente apaixonou-se
um dia
doidamente
por uma Incógnita.
Olhou-a com seu olhar inumerável
e viu-a do ápice à base
uma figura ímpar;
olhos rombóides, boca trapezóide,
corpo retangular, seios esferóides.
Fez de sua uma vida
paralela à dela
até que se encontraram
no infinito.
"Quem és tu?", indagou ele
em ânsia radical.
"Sou a soma do quadrado dos catetos.
Mas pode me chamar de Hipotenusa."
E de falarem descobriram que eram
(o que em aritmética corresponde
a almas irmãs)
primos entre si.
E assim se amaram
ao quadrado da velocidade da luz
numa sexta potenciação
traçando
ao sabor do momento
e da paixão
retas, curvas, círculos e linhas sinoidais
nos jardins da quarta dimensão.
Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclidiana
e os exegetas do Universo Finito.
Romperam convenções newtonianas e pitagóricas.
E enfim resolveram se casar
constituir um lar,
mais que um lar,
um perpendicular.
Convidaram para padrinhos
o Poliedro e a Bissetriz.
E fizeram planos, equações e diagramas para o futuro
sonhando com uma felicidade
integral e diferencial.
E se casaram e tiveram uma secante e três cones
muito engraçadinhos.
E foram felizes
até aquele dia
em que tudo vira afinal
monotonia.
Foi então que surgiu
O Máximo Divisor Comum
freqüentador de círculos concêntricos,
viciosos.
Ofereceu-lhe, a ela,
uma grandeza absoluta
e reduziu-a a um denominador comum.
Ele, Quociente, percebeu
que com ela não formava mais um todo,
uma unidade.
Era o triângulo,
tanto chamado amoroso.
Desse problema ela era uma fração,
a mais ordinária.
Mas foi então que Einstein descobriu a Relatividade
e tudo que era espúrio passou a ser
moralidade
como aliás em qualquer
sociedade.


Millôr Fernandes

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

O que se leva da vida é a vida que se leva !

Vejo tantas pessoas usarem essa frase em msn’s, orkuts, twitters etc. E de tanto vê-la resolvi parar pra refletir e me perguntei qual seria o verdadeiro ou mais lógico sentido dela.

Participava de uma Missa em um domingo e na Homilia o Padre falava sobre a questão do consumismo, avareza. Pessoas que dão a vida inteira em prol de acumular bens e mais bens, dinheiro e mais dinheiro pra simples e inutilmente satisfazerem o prazer de possuir ao invés de usufruir disso de tantas outras formas inclusive ajudando a quem nada possui. E vejo uma certa relação dessa frase com o que o Padre falava, pois, somente as coisas boas que fazemos em vida irão marcar por gerações e gerações nossa passagem pela terra, ou seja, isso é o que ‘levaremos’ da vida, e não o que lutamos pra possuir.

Estou sempre me questionando sobre essa questão do consumismo, pra que acumular tanto dinheiro? Como podemos por tantas vezes colocar aqueles malditos papeis com números na frente de tudo e de todos? É claro que pra usufruir de muitas coisas hoje em dia sem o dinheiro é impossível, mas como sempre digo: dinheiro não traz felicidade apenas nos proporciona outra forma de tê-la, quantas vezes encontramos plena felicidade só em abraçar alguém que amamos, se perdeu completamente o valor da felicidade nas coisas mais simples da vida... As vezes me pergunto se essas pessoas que dão vida pelo prazer de apenas possuir pensam que são imortais ou que irão levar tudo que possuem quando morrerem.

Acho que deveríamos refletir mais sobre a realidade de que nossa vida não se limita apenas nesse tempo que passamos na terra, podemos sim ser eternos, mas graças a Deus, não aqui, mas pra isso precisamos entender e passar a acreditar mais que nada, absolutamente nada do que possuímos nem mesmo nosso corpo é necessário pra obtermos a vida eterna, é preciso grandeza em nossas atitudes na forma em que vivemos. Isso falando de uma forma bem radical, claro que devemos usufruir dos prazeres saudáveis, mas como disse de uma forma saudável, jamais colocando algo, alguém ou meros prazeres no lugar de Deus, sentido de nossas vidas !

Pense nisso!

sábado, 7 de agosto de 2010

Violência

Acho que hoje o pensamento de grande parte da sociedade em relação à violência, é de que os causadores da violência são a parte podre da sociedade, pessoas que vieram ao mundo simplesmente para causar o caos e a discórdia. Acho que esses mesmos no fundo sabem que não é bem assim, e que ninguém é tão ruim que não possa melhorar ou tão bom que não possa falhar um dia, assim diz o Monsenhor Jonas, pessoa sensacional e incrível que diz uma grande verdade e acho que todos nós, sensatos, concordamos.
Bem, em minha opinião ninguém escolhe ser mal, ‘terrorista’, cruel por que quer, acredito eu, que nenhuma pessoa normal sente prazer em matar alguém ou cometer essas barbaridades que vemos noticiar todos os dias.
Até os cinco anos de idade é formada nossa personalidade, ou seja, tudo, tudo que sentimos, aprendemos, absorvemos.. Desde nosso processo final de formação dentro do ventre de nossa mãe até nossos cinco anos, contribui pra formação daquilo que será o nosso verdadeiro ‘eu’, a nossa personalidade que é parte de nós assim como qualquer membro de nosso corpo, mas ao contrário dos membros não há como amputá-la quando há algum problema, apenas podemos modificá-la se nos empenharmos o bastante. Logo que, se há uma falha por menor que seja, durante esse processo de formação de nossa personalidade e que não for rapidamente concertado, toda uma história, uma vida é comprometida e assim é posto em risco um dos mais importantes valores do ser humano, o caráter, que muitas vezes por conta de uma ou muitas falha(s) é encontrado, como diz o Pe. Fábio, como uma gelatina. E isso é o que vem acontecendo em nossa sociedade, mas que não levamos em conta ... Dentre tantos outros problemas o que mais tem acontecido é o de mães por acidente incompreendidas pela família geram uma vida sem a mínima condição psicológica pra estruturá-la, e é aí que está o grande problema, se a base de tudo não se encontra instável não há sustentação, condição adequada pra formação do caráter de um ser humano e na falta dessa formação entra em cena pra suprir isso, ‘o mundo’, que é onde aquele ser humano com caráter como gelatina encontra refúgio, pra muitas vezes, descarregar sua revolta, então já entra em cena os mais ‘famosos’ submundos: drogas e dinheiro fácil acompanhados de armas e comandados por pessoas que tentam, a mais tempo, suprir algo ou descontar alguma revolta.
Sei que não é sempre assim e que há N motivos pra essas pessoas estarem gerando a violência, mas em minha opinião na maioria das vezes é isso que acontece, e é o que quis mostrar com esse texto, que ninguém cai de pára-quedas ou por livre e espontânea vontade nessa situação, pelo menos não que eu saiba. E devemos levar isso em consideração, que a maioria dessas pessoas não esta ali por que quer, mas por falta de opção, e nós em vez de perder tempo julgando e desejando a morte pra essas pessoas, deveríamos exercer nosso papel de cidadãos de bem buscando mudar essa situação, evitando, de alguma forma, que essas pessoas não tenham a ‘violência’ como única opção de vida.

Pense nisso !

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Unimultiplicidade - Tom Zé / Ana Carolina

Só de Sacanagem

Meu coração está aos pulos
Quantas vezes a minha esperança será posta à prova
Tudo isto que está ai no ar: malas, cuecas, que voam entupidas de dinheiro
Do meu dinheiro, do nosso dinheiro,
Que reservamos duramente para educar os meninos mais pobres que nós
Para cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais,
Este dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais
Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?
É certo que tempos difíceis existem para aperfeiçoar o aprendiz
Mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz
Meu coração está no escuro
A luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam: Não roubarás.
Devolva o lápis do coleguinha; Esse apontador não é seu minha filha.
Pois bem, se mexeram comigo...
Com a velha e fiel fé do meu povo sofrido...
Então agora eu vou sacanear: mais honesto ainda eu vou ficar
Só de sacanagem
Dirão: deixa de ser bobo, desde Cabral que aqui todo mundo rouba!!
Vou dizer: Não importa, será este o meu carnaval.
Vou confiar, mais e outra vez;
Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos;
Vamos pagar limpo a quem a gente deve
E receber limpo do nosso freguês

Com o tempo, a gente consegue ser livre, ético e o escanbal
Dirão: É inútil, todo mundo aqui é corrupto desde o primeiro homem que veio de Portugal...
E eu direi: Não admito, minha esperança é imortal!! e eu repito... imortal!! ouviram?!
Sei que não dá para mudar o começo, mas se a gente quiser, vai dar para mudar final.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

SUCO DE LIMÃO

Bem esse texto não fui eu quem criou mas pertence a alguém que ja se tornou essencial
para minha vida, a Júlia! E como ja pretendia escrever sobre isso resolvi pegar o texto dela ja que ela conseguiu resumir e definir muito bem essa verdadeira amizade sustentada pela fé que reuniu: a Thayane, o Ulisses,o Jiló, a Lais Gusmão e Eu claro ! :D enfim ...

" A nossa felicidade está em fazer o serviço de Deus.

Está em sermos loucos de um jeito saudável, está na nossa fé que é o que nos anima depois de uma adoração !
Está em acreditarmos que podemos confiar uns nos outros... É claro, sem nos colocarmos no lugar daquele é a confiança.
Está em chorarmos por coisas felizes.
Está em se reunir só pra contar da vida.
Está em se arriscar nas palavras e voltar atrás num pedido de desculpa.
Está em nos unir pra vencer o mal, em rezar pra fazer uns bolos.
Está em discutir as opiniões e sempre chegar na frase: - qualquer coisa vira hippie !
Está em criar uma sociedade com um nome, mas o verdadeiro significado só sabe quem sente !
Está em respeitar as limitações uns dos outros... Em zuar os amigos comilões e os amigos lesados.
Está em queimar o filme uns dos outros, mas nunca perder a esportividade.
Está em nos aceitar como somos... Sempre apoiando quem está do nosso lado.
Está em agradecer a Deus todos os dias por ter colocado pessoas assim ao nosso lado, e por nos ter dado a oportunidade de começarmos uma vida nova juntos ! "

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Melhor Idade


Estive me perguntando, o porquê as pessoas dizem que os idosos estão na melhor idade, e cheguei a seguinte conclusão: quando nascemos em pouco tempo já temos a obrigação de nos habituarmos ao mundo, logo depois temos por longo tempo, a obrigação de nos alfabetizar, buscar conhecimento, após isso temos a obrigação de nos ‘’ preparar’’ durante três anos para nosso futuro profissional já assumindo grandes responsabilidades, e então temos a obrigação de buscarmos independência e caminhar com nossas próprias pernas. Após esses períodos já com tudo estabilizado vem, em minha opinião, a maior de todas as obrigações: Criar e manter uma família, que é algo que quando começamos quase sempre se torna algo infinito além de ser o que há de mais belo, onde se gera e se estrutura vidas.
E assim após passarmos por todo esse processo mais comum, chegamos à melhor idade onde concluí que é o momento de descansarmos, não há mais obrigação nenhuma a cumprir, apenas a de colher os frutos e ao redor daqueles que se tornaram parte de você, contar as mais belas e bizarras histórias que surgiram nos intervalos entre suas obrigações durante esse tempo chamado vida.
E quando refletia sobre isso estava dentro de um ônibus, que em uma de suas paradas acolheu um grupo de 6 homens, acho, todos na melhor idade. E com alguns deles perto de mim, pude observá-los bem, e comecei a pensar em quantas histórias, lições de vida, aventuras eles não teriam pra contar e que talvez todos teriam vivido épocas que muitos, estamos estudando hoje e que quem sabe todos não foram grandes homens que contribuíram de alguma forma pra que essas histórias se tornassem dignas de serem estudadas nos dias de hoje. E me peguei a pensar também em como muitos de nós jovens desfazemos dessas grandes pessoas, achamos muitas vezes que sabemos mais que eles, que eles não passam de velhos ‘caretas’, pois é, cheguei à conclusão de que as caretices deles podem me ajudar a viver bem melhor, não cometendo tantos erros!
Bem! Acho que nosso dever como jovens, além de respeitar, e muito, essas grandes pessoas, é também cumprir e fazer valer a pena nossas obrigações pra chegarmos vitoriosos e orgulhosos na melhor idade.